Croquis de prédios do Largo dos Medeiros

Após um longo recesso devido a problemas técnicos, volto com um post singelo sobre uma coisa que me é muito importante para fazer uma HQ: estudos!

Sim, especialmente quando se trabalha com cenários que realmente existiram, torna-se imprescindível fazer estudos de seus componentes – entre outros, os prédios – pois o cenário, a ambientação, também são elementos narrativos importantíssimos.

O antigo e famoso Café ou Confeitaria Colombo, ponto de encontro da sociedade porto-alegrense nos anos 1920 e 1930… As cores são hipotéticas.

Desta forma, eu gosto de preencher meu sketchbook com “aquecimentos”, ou seja, desenhos que faço antes de começar a desenhar uma página, e nos quais eu já estudo os elementos que serão nela desenhados. Aqui, fiz alguns rascunhos aquarelados de prédios que antigamente configuravam o famoso espaço do Largo dos Medeiros – neste post é possível ver algumas fotos dele – para aprender como eles são, que desenho tinham, que tipo de arquitetura representavam.

Ao lado do Café Colombo, a Confeitaria Central. Diminuta, apesar do aspecto imponente, foi palco de importantes encontros e decisões da política gaúcha.

Faço isso não para desenhá-los exatamente como eram. Antes, busco conhecer a sua forma para dela fazer uma interpretação minha, no meu estilo. Ou seja, antes de descrever exatamente como eram, eu os recrio dentro do meu universo de estilo.

Fachada da Confeitaria Central junto à Rua da Praia (à esquerda) e seu prédio vizinho (à direita), provavelmente ainda originário do século XIX.

Como na pesquisa histórica, trabalho aqui com reminiscências do passado na forma de fotos e textos que me dizem como eram esses prédios, estes espaços. Todos os mostrados aqui já foram demolidos, tendo sido substituídos por outros mais ‘modernos’, pois isso não há outra maneira de acessá-los que não seja por meio de seus vestígios. Mesmo que ainda estivessem de pé, mas aquilo que como pesquisadora e artista crio com base nesse conhecimento é sempre uma (re)interpretação.

Ainda bem. 🙂

Deixe um comentário